terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Presidência da República cobra punição dos autores da morte de cinegrafista

'Caso simboliza a violência contra profissionais de comunicação que cobrem as manifestações', diz nota

O DIA
Rio - A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH-PR) divulgou, na tarde desta terça-feira, nota sobre a morte do cinegrafista da Rede Bandeirantes, Santiago Andrade, atingido por um rojão na cabeça. Na nota, o Grupo de Trabalho sobre Direitos Humanos dos Profissionais de Comunicação no Brasil lamenta a morte de Santiago e "repudia com veemência todo e qualquer ato violento, contra quem quer que seja e cobra a pronta apuração dos fatos e responsabilização dos autores do crime".
Além disso, o texto também comenta que "o caso infelizmente simboliza de forma trágica a sistemática violência contra profissionais de comunicação que atuam na cobertura de manifestações". E pede que as "forças de segurança adotem protocolos claros e orientados para a garantia do respeito aos direitos humanos de manifestantes e profissionais da comunicação. Da mesma forma, que os veículos de comunicação ofereçam equipamentos de proteção aos integrantes de suas equipes".
Entenda o caso
Santiago Andrade foi atacado durante manifestação na última quinta-feira
Foto:  Reprodução Internet
Na última quinta-feira, Santiago Andrade foi atingindo por um rojão na cabeça durante protesto contra o aumento das passagens de ônibus na Central do Brasil. O cinegrafista teve morte cerebral confirmada, na manhã desta segunda. Em seguida, a família dele autorizou a doação dos seus órgãos.
O suspeito reconhecido por meio de foto e vídeo por Fábio Raposo, preso anteontem e indiciado como coautor do crime, foi identificado como Caio Silva Souza, 23 anos. Com quatro passagens pela polícia, Caio é considerado foragido já que ainda não compareceu a 17° DP para cumprimento do mandado de prisão expedido pela Justiça que o indicia por homicídio doloso qualificado por uso de explosivo.
Leia a nota na íntegra:
O Grupo de Trabalho sobre Direitos Humanos dos Profissionais de Comunicação no Brasil, órgão do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH), presidido pela Ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), manifesta seu pesar diante da morte do cinegrafista Santiago Ilídio Andrade, atingido por um artefato explosivo enquanto trabalhava na cobertura de uma manifestação no Rio de Janeiro, na última semana. Este caso infelizmente simboliza de forma trágica a sistemática violência contra profissionais de comunicação que atuam na cobertura de manifestações.
Ao longo deste um ano de trabalho, vimos reiteradas formas de desrespeito e violência contra jornalistas, fotógrafos, cinegrafistas, radialistas no cumprimento de suas funções profissionais. É inadmissível que trabalhadores da comunicação, que ali estão para registrar e noticiar o que acontece no contexto desses atos fiquem expostos a essa violência descabida que aproveita manifestações públicas e democráticas para destruir o patrimônio, depredar espaços, ferir pessoas e, como neste caso, matar.
Neste sentido, ao mesmo tempo em que lamentamos profundamente a morte do cinegrafista e nos solidarizamos com sua família, reforçamos a necessidade de que forças de segurança adotem protocolos claros e orientados para a garantia do respeito aos direitos humanos de manifestantes e profissionais da comunicação. Da mesma forma, que os veículos de comunicação ofereçam equipamentos de proteção aos integrantes de suas equipes.
Por fim, este Grupo de Trabalho, comprometido com a democracia e os direitos humanos, repudia com veemência todo e qualquer ato violento, contra quem quer que seja e cobra a pronta apuração dos fatos e responsabilização dos autores do crime. Ainda que não tenha existido um direcionamento intencional do atentado contra um profissional de imprensa, seus autores assumiram o risco de causá-lo. Não podemos ceder espaço para que manifestações democráticas virem territórios de guerra, sendo usurpadas por quem deseja propagar a violência e a barbárie.
Grupo de Trabalho sobre Direitos Humanos dos Profissionais de Comunicação no Brasil
Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH)


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